sábado, 14 de março de 2009

Lajeadense: Venda do Florestal pode ser a salvação


O Lajeadense pode trocar de casa bem antes do que o torcedor imagina. O que surgiu como boato forte antes da condução de Nilson Giovanella à presidência do clube está prestes a se confirmar. O Conselho Deliberativo apreciou a proposta da venda do Florestal ontem à noite, na reunião realizada no Clube Esportivo Sete de Setembro. A avaliação da área é de cerca de R$ 4,6 milhões, mas o presidente garante ter em mãos duas propostas superiores a isso.

A pressa em vender o Estádio do Florestal tem uma explicação óbvia: as dívidas com a Previdência Social, que somam R$ 323 mil. A cobrança é feita pelo governo federal por via judicial. E como não houve sinal de que fosse possível receber esse valor na Justiça, o caminho encontrado foi penhorar o campo do Lajeadense e colocá-lo em leilão para arrecadar o dinheiro. No total são quatro leilões que estão marcados para os próximos dias.

“Precisamos evitar que isso aconteça. Podemos perder o nosso valioso patrimônio sem que nos reste outra alternativa. Ou vamos lá, levantamos o dinheiro e quitamos a dívida, ou teremos que comprar o estádio de nós mesmos”, aponta o empresário Nilson Giovanella. O próximo passo é marcar uma assembleia geral, conforme o estatuto, para levar a pauta à votação dos sócios em dia.

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Mas o torcedor pode ficar tranquilo que o Lajeadense não ficará sem casa. Giovanella já tem avançada uma negociação para a aquisição de uma área de 20 hectares situada na Travessa Guilherme Hepp, no Bairro Floresta, às margens da RS-130, no asfalto para Cruzeiro do Sul. A área está avaliada em R$ 600 mil e servirá para a construção do novo palco de espetáculos do Alvi-Azul. Além do estádio, o local poderia abrigar ainda campos de treinamento. Projeto foi inclusive apresentado na reunião de ontem.

“A minha ideia é vender o Florestal, quitar a dívida, adquirir a área, construir o novo estádio e ainda fazer sobrar dinheiro. Vamos realizar tudo de forma transparente para que todos saibam como ocorreu. Não vai ter essas de ‘eu pago tanto’, ‘ele dá outro tanto’. As propostas terão que ser protocoladas em cartório para que tudo saia o mais limpo possível”, acrescenta Nilson.

Ney dos Santos Arruda: “É preciso transparência”
Um dos dirigentes mais ativos da história do Lajeadense, responsável pela migração do estádio antigo, próximo da Lacesa, para o atual Florestal, o advogado Ney Santos Arruda vem recebendo da velha guarda alvi-azul pedidos de esclarecimento sobre a negociação que está em curso. Segundo ele é preciso dar um voto de confiança à atual diretoria. “É um corpo dirigente que merece toda confiança dos conselheiros e associados. Mas é preciso entender que eles estão tratando de um patrimônio que foi erguido com o fruto de várias gerações e, por isso, tudo precisa ser feito de modo transparente. E essa direção tem credibilidade para isso”, salienta o ex-presidente.

Ney foi o presidente que desencadeou a mudança do local do estádio na sua gestão, em 1957. Na época, ele conta que teve como uma das pessoas de confiança o engenheiro Loivo Müller, que se propôs a organizar e projetar a nova estrutura. Fizeram parte da equipe de trabalho ainda Osmar Maciel, Arno Bergesch, Sinval Tavares da Silva, entre outros.

“Loteamos o estádio antigo e construímos o novo sem dívidas. O antigo campo era muito longe dos nossos locais de encontro, a Praça da Matriz. Assim, idealizamos a mudança e toda a comunidade colaborou. Nosso modelo foi o Estádio Olímpico, que recém tinha sido inaugurado. Pegamos o projeto deles e adaptamos ao Florestal”, lembra.

Posteriormente foi feito o empréstimo na Caixa Econômica Federal para a construção do pavilhão social. “Esse foi um marco, pois nas redondezas não existia nenhum estádio com essa estrutura”, revela. Os jogos atraíam grande público. “Quando o Lajeadense jogava, nem os gatos ficavam em casa. Não havia luz e não tinha outra atividade a não ser ir ao estádio.”
Todas essas lembranças fazem com que o ex-presidente e uma das pessoas mais influentes na sociedade de Lajeado peça transparência à diretoria. “É um ponto fundamental. Por quanto irão vender? Quem vai comprar? O que será feito com o dinheiro? Qual o compromisso com o futuro? São questões que precisam ser respondidas”, salienta.

As informações são de Jacson Miguel Stülp/O Informativo

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