quinta-feira, 7 de maio de 2009

Grêmio bate San Martin em Lima e põe mão na vaga

É como se Jardel tivesse deixado os cabelos cresceram, tingido cada fio de loiro e aprendido espanhol. Com o mesmo número 16 que foi do lendário centroavante no bi da América, Maxi López comandou o Grêmio na vitória de 3 a 1 sobre o San Martín, na noite desta quarta-feira, em Lima, no primeiro jogo das oitavas-de-final da Libertadores. O argentino marcou dois gols, ambos de cabeça, como fazia o herói dos anos 90. Souza fez o outro.

Só uma tragédia tira o Grêmio das quartas-de-final. O San Martín, para avançar na competição, precisa bater o time gaúcho por três gols de diferença. Outra alternativa para os peruanos é abrir dois gols, desde que marquem pelo menos quatro vezes na Azenha – 4 a 2 ou 5 a 3, por exemplo. Ou seja: praticamente impossível.

Foi a quarta vitória seguida do time gremista como visitante na Libertadores. O clube gaúcho segue invicto na competição. O jogo da volta é na quarta-feira da semana que vem, no Olímpico. Antes, o Grêmio recebe o Santos na estreia no Campeonato Brasileiro. O jogo é domingo, às 18h30m, também em Porto Alegre.

Gol lá, gol cá

Tem coisas que só a Libertadores apronta. O San Martín é um clube universitário recém-saído das fraldas, com torcida quase inexistente, que sequer tem estádio próprio. Mesmo assim, foi o melhor adversário que o Grêmio encontrou na Libertadores até agora. O Tricolor fechou o primeiro tempo com empate por 1 a 1 no estádio Alejandro Villanueva e teve que ir para o vestiário sem o direito de resmungar. Poderia ter vencido, mas também poderia ter perdido.

Foi um jogo muito bom desde o início, com ataques de lado a lado, mesmo que as situações de gol não tenham sido tão freqüentes quanto as investidas das duas equipes. As cerca de 5 mil pessoas presentes no bairro La Victoria (aproximadamente 50 gremistas) não jogaram o tempo fora. Elas viram movimentação, disputa e alternativas táticas. Acima de tudo, viram duas equipes dispostas a ganhar.

A grande arma dos peruanos é o quarteto ofensivo, com os meias Cejas e Díaz e os atacantes García e Arzuaga. Todos apresentam uma qualidade que faltou aos atletas de Boyacá Chicó, Aurora e Universidad de Chile, oponentes do Tricolor na primeira fase. Como conseqüência, o Grêmio passou por apuros que são inevitáveis em uma Libertadores. A equipe de Marcelo Rospide viu o San Martín controlar a bola no meio, mas foi competente ao evitar maiores perigos.

O Grêmio saiu na frente. Aos nove minutos, o ataque pressionou a zaga peruana e conseguiu roubar a bola. O lance passou por Maxi López antes de chegar em Souza. Fora da área, o meia olhou para a frente e mandou a bomba antes que a zaga chegasse. O goleiro Butrón se espichou todo, mas o esforço foi inútil. A bola morreu no barbante peruano: 1 a 0 para o Grêmio.

Poderia ser um feito daqueles que dão a um time a tranqüilidade para administrar o resto do jogo. Mas não foi o que aconteceu. O San Martín aumentou a intensidade das escapulidas ao ataque. As jogadas invariavelmente caíam em Arzuaga, atacante gordinho e extremamente hábil do time de Lima. Na base de dribles curtos e envolventes, ele tentou vancer a zaga gremista repetidas vezes. Levou a pior em quase todas. Quase.

Porque, em uma delas, não teve jeito. O jogador recebeu lançamento profundidade. Quando a bola chegou nele, o peruano transformou o domínio em drible. Fábio Santos passou reto. Arzuaga, de frente para Victor, mandou chute cruzado, no cantinho. O jogo estava empatado.

Um centroavante, uma camisa 16, dois gols

É uma cena que traz boas lembranças aos gremistas: jogo complicado, uma bola dominada pelo meio, um lançamento na direção da área, um centroavante com a camisa 16 subindo mais alto do que a zaga para, de cabeça, fazer o gol. Poderia ser Jardel em 1995, mas é Maxi López em 2009. No cruzamento de Souza, o argentino desviou para colocar o Grêmio outra vez na frente.

Ter centroavante é bom. Ter centroavante e goleiro é melhor ainda. Aos oito minutos, García mandou chute esquisito, meio torto, mas a bola resolveu visitar o ângulo de Victor. Ela mal sabia que daria com o nariz na porta. O goleirão gremista voou bonito para manter a rotina de defesaças.

Como o time de Lima não empatou, restou ao Grêmio ampliar. E novamente com Maxi López, novamente de cabeça. Jonas apareceu bem na direita e mandou na testa do centroavante, que concluiu com força e precisão: 3 a 1.

Não havia mais o que fazer. Com tamanha vantagem, o negócio foi administrar. Até o recém-contratado Túlio estreou aos 30 minutos. Ainda assim, Tcheco quase fez o quarto ao entrar driblando na área. A bola passou pertinho da trave. Mas o gol que o capitão poderia ter marcado não fez falta. O Grêmio está quase lá. Ir para as quartas-de-final virou mera formalidade. O título está mais próximo. E é aquele mesmo título de 95.

San Martín
Butrón, Salas, Ramos, Ballón e Guizasola (Réver); Hinostroza, Fernández, Cejas (Silva) e Díaz (Carrillo); García e Arzuaga. Técnico -Victor Rivera.

Grêmio
Victor, Léo, Réver e Rafael Marques; Ruy, Adílson, Tcheco (Douglas Costa), Souza e Fábio Santos; Jonas (Túlio) e Maxi López (Herrera). Técnico - Marcelo Rospide.

Local - estádio Alejandro Villanueva, em Lima (Peru).
Arbitragem - Carlos Vera (Equador). CA - Salas e Arzuaga (SM); Réver, Fábio Santos e Ruy (G).

Nenhum comentário:

Postar um comentário